Av. Paulista fica mais de 24 horas bloqueada por protesto contra Lula
Manifestação começou às 18h15 desta quarta-feira, segundo a SSP.
Pedido oficial para protesto só foi feito no início da tarde desta quinta.
Glauco Araújo, Paula Paiva Paulo, Roney Domingos e Tahiane Stochero
Do G1 São Paulo
Foto Capa:Nelson Almeida/AFP
Durante estas 24 horas foram registradas ao menos três casos de agressão. O primeiro foi contra um casal de jovens na noite de quarta-feira, no início do protesto; contra uma mulher; e contra um adolescente de 17 anos na tarde desta quinta. Além disso, manifestantes gritavam palavras para hostilizar o secretário da Segurança Pública de São Paulo (SSP), Alexandre de Moraes, e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
A manifestação não foi convocada por nenhum movimento social. Ela começou depois do anúncio da nomeação de Lula para a Casa Civil. A concentração começou no vão livre do Masp e logo foi ganhando adesão. O protesto seguiu pela noite de quarta e a madrugada. A Polícia Militar acompanhou o protesto.

A Polícia Militar tentou negociar para o protesto terminar, segundo a SSP. O secretário Alexandre de Moraes disse que recebeu um ofício requisitando o espaço para um protesto do Movimento Brasil Livre na tarde desta quinta, e assim, a Paulista permaneceu fechada para os veículos.
“O Movimento Brasil Livre agora fez uma convocação geral. E nós colocamos de uma forma muito clara que até a noite, ou no final da tarde, eles devem se retirar porque amanhã há uma outra manifestação marcada anteriormente”, afirmou, referindo-se ao protesto de grupos que apoiam Lula marcado para a tarde desta sexta-feira (18) na Paulista.
Segundo o secretário de Segurança Pública, o protesto precisa terminar à noite porque nesta sexta-feira haverá o protesto previamente marcado pelo PT e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em apoio a Lula e Dilma.
O secretário respondeu: “A minha ordem foi para que se realize o mesmo protocolo que se realiza em todas as manifestações, ou seja, se não houver sucesso na negociação, a necessidade de desobstrução. E é isso que vai ser realizado”.
Questionado sobre a demora para a liberação da Paulista, o secretário disse pela manhã: “A negociação não está durando 18 horas, porque a negociação se iniciou logo pela manhã quando se verificou que não houve a saída voluntária dos manifestantes. Então, continua o mesmo cronograma. O que, o tratamento dos manifestantes é igual tanto nas grandes manifestações quanto nas manifestações voluntárias que obstruem ruas”, afirmou.
Protesto oficial
No início da tarde o secretário foi à Avenida Paulista para negociar a deobstrução da via. Moraes afirmou: “Quando a negociação se iniciou, chegou informação de que haveria protesto do Movimento Brasil Livre a partir das 11h. Isso não se confirmou, mesmo sendo informado duas horas antes, o que não é o tempo necessário para organização. Mas assim como o Movimento Passe Livre comunicou nas últimas [manifestações], com uma hora antes, então nós aguardamos. Às 11h, isso não se confirmou, inclusive colocamos a Tropa de Choque, para que houvesse a possibilidade de desobstruir as vias”.
“Mas, novamente, agora oficialmente chegou ofício de que a partir das 13h haverá manifestação do Movimento Brasil Livre. Para evitar que isso ocorra amanhã [quando está marcada manifestação do PT e da CUT na Paulista], eles vão fazer hoje, e nós vamos continuar bloqueando para essa manifestação”
Em seguida, o secretário foi hostilizado por alguns manifestantes e teve de sair da Paulista por volta de 12h30. Os manifestantes se concentram em frente ao prédio da Fiesp