Segundo Dieese, ao menos 80 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas, terão com o 13º salário um rendimento adicional médio de R$ 2.458
O pagamento do 13º salário deve injetar na economia brasileira valores entre R$ 208 bilhões, segundo Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e R$ 215 bilhões, de acordo com estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O prazo máximo para as empresas fazerem esse pagamento é o dia 20 de dezembro.
Para quem decide pagar o abono em duas parcelas tem até o dia 30 de novembro para depositar a primeira parte. A primeira parcela do 13º costuma ser a maior, pois não tem descontos, como a contribuição previdenciária ou Imposto de Renda, que incidem sobre a segunda parcela.
A CNC estima que de injeção de recursos neste ano terá um recuo de 5,4%, já descontada a inflação, na comparação com o ano passado. A confederação considera que o valor médio do abono cairá 6,6% em 2020 e será de R$ 2.192,71. Já na previsão de impacto do abono de Natal na economia, o Dieese não considerou eventuais reduções decorrentes das medidas que permitiram corte de jornada e salário ou suspensão dos contratos.
A CNC, porém, incluiu na estimativa potenciais efeitos das suspensões de contratos e também das reduções de jornada e salário. Somadas, as medidas atingem 10,7 milhões de acordos.
Segundo o Dieese cerca de 80 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas, terão com o 13º salário um rendimento adicional médio de R$ 2.458. Desses, o Dieese estima que 48 milhões – 60% do total – sejam trabalhadores com carteira assinada, incluindo domésticos. Os aposentados e pensionistas do INSS são 30,8 milhões, ou 38,4% do total.
O Dieese usou dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do INSS, do Tesouro Nacional e da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE.
Entram na conta os trabalhadores com carteira assinada dos setores públicos e privado, os empregados domésticos formalizados, aposentados e pensionistas do INSS e dos regimes próprios da União. Os dados também apontam que valor efetivo a entrar na economia poderá ser menor do que o estimado, pois o Dieese optou por não calcular eventuais efeitos das medidas de redução de salário e jornada, além de suspensão de contrato. Criadas por MP (medida provisória) e depois convertidas em lei, essas medidas estão permitidas desde abril.
A parcela mais expressiva do 13º salário (48,5%) deve ser paga nos estados do Sudeste, o que reflete a maior capacidade econômica da região que concentra a maioria dos empregos formais, aposentados e pensionistas. No Sul do país devem ser pagos 16,8% do montante, enquanto o Nordeste receberá 15,4%. Já as regiões Centro-oeste e Norte receberão, respectivamente, 8,4% e 4,7%.